terça-feira, 15 de novembro de 2011

A Importância da Música no Desenvolvimento Infantil


Publicado em 17 de abril de 2009 em Educação

A Importância da Música no Desenvolvimento Infantil
A educação deve ser vista como um processo global, progressivo e permanente, que necessita de diversas formas de estudos para seu aperfeiçoamento, pois em qualquer meio sempre haverá diferenças individuais, diversidade das condições ambientais que são originários dos alunos e que necessitam de um tratamento diferenciado. Neste sentido devem-se desencadear atividades que contribuam para o desenvolvimento da inteligência e pensamento crítico do educando, como exemplo: práticas ligadas a música e a dança, pois a música torna-se uma fonte para transformar o ato de aprender em atitude prazerosa no cotidiano do professor e do aluno.
A criança precisa ser sensibilizada para o mundo dos sons, pois, é pelo órgão da audição que ela possui o contato com os fenômenos sonoros e com o som.
Quanto maior for a sensibilidade da criança para o som, mais ela descobrirá a suas qualidades.
Portanto é muito importante exercitá-la desde muito pequena, pois esse treino irá desenvolver sua memória e atenção. FARIA (2001), define que a música é um importante fator na aprendizagem, pois a criança desde pequena já ouve música, a qual muitas vezes é cantada pela mãe ao dormir, conhecida como 'cantiga de ninar. Na aprendizagem a música é muito importante, pois o aluno convive com ela desde muito pequeno.
A música quando bem trabalhada desenvolve o raciocínio, criatividade e outros dons e aptidões, por isso, deve-se aproveitar esta tão rica atividade educacional dentro das salas de aula.
A música e a dança atuam no corpo e desperta emoções, neste sentido ela equilibra o metabolismo, interfere na receptividade sensorial e minimiza os efeitos de fadiga ou leva a excitação do aluno. Para STABILE citado por ESTEVÃO (2002, p. 34) "a música e a dança permitem a expressão pelo gesto e pelo movimento, que traz satisfação e alegria. A criança aprende e se desenvolver através dela".
A expressão musical desempenha importante papel na vida recreativa de toda criança, ao mesmo tempo em que desenvolve sua criatividade, promove a autodisciplina e desperta à consciência rítmica e estética. A música também cria um terreno favorável para a imaginação quando desperta as faculdades criadoras de cada um. A educação pela música proporciona uma educação profunda e total. FARIA (2001, p. 24), "A música como sempre esteve presente na vida dos seres humanos, ela também sempre está presente na escola para dar vida ao ambiente escolar e favorecer a socialização dos alunos, além de despertar neles o senso de criação e recreação".
A escola, enquanto espaço institucional para transmissão de conhecimentos socialmente construídos, pode se ocupar em promover a aproximação das crianças com outras propriedades da música que não aquelas reconhecidas por elas na sua relação espontânea com a mesma.
Cabe aos professores criar situações de aprendizagem nas quais as crianças possam estar em relação com um número variado de produções musicais não apenas vinculadas ao seu ambiente sonoro, mas se possível também de origens diversas, como, de outras famílias, de outras comunidades, de outras culturas de diferentes qualidades: folclore, música popular, música erudita e outros.
As atividades musicais nas escolas devem partir do que as crianças já conhecem, desta forma, se desenvolve dentro das condições e possibilidades de trabalho de cada professor.
FARIA (2001, p. 4), "A música passa uma mensagem e revela a forma de vida mais nobre, a qual, a humanidade almeja, ela demonstra emoção, não ocorrendo apenas no inconsciente, mas toma conta das pessoas, envolvendo-as".
trazendo lucidez à consciência".
A música como qualquer outra arte acompanha historicamente o desenvolvimento da humanidade e pode se observar ao analisar as épocas da história, pois em cada uma, ela está sempre presente.
A música é algo constante na vida da humanidade, pode-se comprovar isto, em todos os registros da trajetória da história.
As crianças sabem que se dança música, isto é, que a dança está associada à música, e geralmente sentem grande prazer em dançar. Se os professores levarem isso em conta e considerarem como ponto de partida o repertorio atual de sua classe (os das crianças e o próprio) e puderem expandir este repertório comum com o repertório do seu grupo cultural e de outros grupos, criando situações em que as crianças possam dançar, certamente estarão contribuindo significativamente para a formação das crianças. (ESTEVÃO, 2002, p. 33),
A música na vida do ser humano é tão importante como real e concreta, por ser um elemento que auxilia no bem estar das pessoas. No contexto escolar a música tem a finalidade de ampliar e facilitar a aprendizagem do educando, pois ensina o indivíduo a ouvir e a escutar de maneira ativa e refletida. DUCORNEAU (1984), o primeiro passo para que a criança aprenda a escutar bem consiste em permitir que ela faça experiências sonoras com as qualidades do som como o timbre, a altura e a intensidade, depois disso, estará em posição de escuta.
A criança que consegue desenvolver pouco a pouco a apreciação sensorial, aprende a gostar ou não de determinados sons e passa a reproduzi-los e a criar novos desenvolvendo sua imaginação. A boa música harmoniza o ser humano, trazendo-o de volta a padrões mais saudáveis de pensamento, sentimento e ação.
A música afeta de duas maneiras distintas no corpo do indivíduo: diretamente, com o efeito do som sobre as células e os órgãos, e indiretamente, agindo sobre as emoções, que influenciam numerosos processos corporais provocando a ocorrência de tensões e relaxações em várias partes do corpo. Para GAINZA (1988), a música é um elemento de fundamental importância, pois movimenta, mobiliza e por isso contribui para a transformação e o desenvolvimento.
A música não substitui o restante da educação, ela tem como função atingir o ser humano em sua totalidade. A educação tem como meta desenvolver em cada indivíduo toda a perfeição de que é capaz. Porém, sem a utilização da música não é possível atingir a esta meta, pois nenhuma outra atividade consegue levar o indivíduo a agir. A música atinge a motricidade e a sensorialidade por meio do ritmo e do som, e por meio da melodia, atinge a afetividade.
STEFANI (1987), a música afeta as emoções, pois as pessoas vivem mergulhadas em um oceano de sons. Em qualquer lugar e qualquer hora respira-se a música, sem se dar conta disso. A música é ouvida porque faz com que as pessoas sintam algo diferente, se ela proporciona sentimentos, pode-se dizer que tais sentimentos de alegria, melancolia, violência, sensualidade, calma e assim por diante, são experiências da vida que constituem um fator importantíssimo na formação do caráter do indivíduo.
Conclui-se que a música está ligada ao ser humano desde muito cedo e que sem ela o mundo se tornaria vazio e sem espírito.
Musica é uma arte que vem sendo esquecida, mas que deve ser retomada nas escolas, pois ela propicia ao aluno um aprendizado global, emotivo com o mundo. Na sala de aula, ela poderá auxiliar de forma significativa na aprendizagem.
É necessário que os professores se reconheçam como sujeitos mediadores de cultura dentro do processo educativo e que leve em conta a importância do aprendizado das artes no desenvolvimento e formação das crianças como indivíduos produtores e reprodutores de cultura. Só assim poderão procurar e reconhecer todos os meios que têm em mãos para criar, à sua maneira, situações de aprendizagem que dêem condições às crianças de construir conhecimento sobre música e dança.
Enfim, a música é um instrumento facilitador do processo de ensino aprendizagem, portanto deve ser possibilitado e incentivado o seu uso em sala de aula.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

1º Turma - Música/ FACCAMP: Reportagem da Revista Veja: Interesse dos gringos

1º Turma - Música/ FACCAMP: Reportagem da Revista Veja: Interesse dos gringos

Reportagem da Revista Veja: Interesse dos gringos


Crise faz universidades americanas interessarem-se como nunca pelo Brasil

Escolas dos Estados Unidos estão de olho no potencial acadêmico, nas características sociais e também no poder econômico dos brasileiros

Ana Clara Costa, da Filadélfia, e Carolina Guerra
"Brasil é um dos destaques hoje", diz Kathryn Bezella, diretora de admissão da Wharton School
"Brasil é um dos destaques hoje", diz Kathryn Bezella, diretora de Wharton (Divulgação/The Wharton School)
Um estranho que caísse por acaso no campus da Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia, não saberia identificar pelas feições dos estudantes em que país poderia estar. Não fossem as raras bandeiras americanas hasteadas em alguns prédios, o que se vê é um ambiente cosmopolita dado por uma profusão de etnias, idiomas e hábitos distintos. Isso se deve não só à diversidade populacional dos Estados Unidos, mas também à presença crescente de estudantes estrangeiros nas instituições de ensino do país. Em 2010, eles eram cerca de 700 mil contra os 19,5 milhões de americanos matriculados em cursos superiores. E o perfil desse grupo tem mudado. Se antes os alunos de países emergentes lutavam por uma vaga em uma grande escola americana, o movimento agora é inverso. Nunca essas universidades estiveram tão interessadas nos estudantes das nações em desenvolvimento como agora, destacadamente no Brasil. “Não há como negar que muitas coisas boas estão acontecendo no Brasil, e é natural que haja um enorme interesse em relação aos alunos do país”, afirma Kathryn Bezella, diretora de admissão de Wharton, a escola de negócios da Universidade da Pensilvânia. Para além das razões meramente acadêmicas, esse olhar mais interessado para as nações emergentes deve-se a outros aspectos, com destaque para a crise econômica que afeta os países ricos.
O interesse ocorre por fatores econômicos e comportamentais. O primeiro diz respeito ao fato de o Brasil enviar muito menos estudantes às universidades americanas que outros dois BRICS: China e Índia. E a visão unânime das instituições é que há enorme espaço para que esse número aumente. Na universidade Drexel, também na Filadélfia, de um total de 1.500 alunos estrangeiros, apenas dez são brasileiros, enquanto chineses, indianos e coreanos lideram. O mesmo acontece na Universidade da Califórnia, no campus de Berkeley, onde há 14 brasileiros entre 867 estudantes não americanos.
Em 2010, 8.786 candidatos do Brasil foram aceitos em instituições dos EUA. Já no caso da China, esse volume chegou a 127.628, enquanto o total de indianos foi de 104.897. Ainda que pequena, a participação brasileira tem aumentado progressivamente, segundo o Institute of International Education (IIE). Em Wharton, o número de alunos brasileiros em um curso de MBA dez anos atrás era, em média, de cinco. Em 2011, esse número praticamente triplicou. “Nossa escola sempre teve a característica de olhar para o mercado global, e o Brasil é um dos destaques hoje. Além disso, temos grupos de ex-alunos brasileiros que trabalham muito bem para ampliar a participação do país em Wharton”, afirma Kathryn Bezella.
Um termômetro desse movimento é a quantidade de vistos que o consulado dos Estados Unidos tem concedido a brasileiros interessados em todos os tipos de curso em território americano. De janeiro a outubro deste ano, foram expedidos 8.565 vistos para estudantes somente na unidade da capital paulista. Se mantido o ritmo, o total no ano deve beirar os 10.000 vistos. “E o número de pedidos não para de crescer”, conta Mayra Alvarado, vice-cônsul dos EUA no país. Ao longo do ano passado foram concedidos 8.700 vistos dessa modalidade em todo o Brasil. Atualmente, segundo a diplomata, o índice de aprovação para as inscrições de vistos de estudante é acima de 95%.
O fator crise – Outra razão econômica essencial para explicar o interesse das universidades americanas no Brasil está nos efeitos da crise internacional. Com as turbulências produzidas pelo estouro da bolha imobiliária norte-americana em 2008, boa parte da poupança das famílias foi dizimada, o nível de desemprego atingiu dois dígitos em alguns estados e muitas linhas de crédito encolheram, inclusive a estudantil. Com isso, tal como as empresas que passaram a buscar outros mercados para crescer, as universidades trilharam o mesmo caminho.
Por fim, a valorização do real ante o dólar tornou esse precioso investimento em educação numa universidade americana mais acessível aos brasileiros, ainda que os valores continuem bem altos. Um MBA de um ano na Harvard Business School, com os custos de moradia inclusos, não sai por menos de 100 mil dólares (168.440 reais), ao passo que no brasileiro Insper, o valor de um curso semelhante é, em média, de 50 mil reais. “A crise estimula a procura das universidades por mais alunos, mas é importante lembrar que elas também buscam diversidade cultural. Não se trata apenas de atrair recursos”, afirma Thais Burmeister Pires, gerente da representação no Brasil do EducationUSA, órgão do governo americano para a educação. A entidade promoveu em São Paulo, na semana passada, o evento "American Education Expo Scholarship Fair", que reuniu agentes de admissão de 23 universidades norte-americanas. O objetivo era justamente apresentar as instituições para estudantes interessados em cursos de graduação, mestrado, doutorado e extensão.
Mudança dos alunos – Outro aspecto que motiva a melhor percepção das universidades americanas sobre os brasileiros é a própria mudança de perfil dos alunos – hoje mais preocupados em contribuir para o avanço do país. Além disso, de acordo com Kathryn Bezella, de Wharton, há um interesse constante e geral em relação a todos que chegam do Brasil. “Hoje, vemos os brasileiros em posições de liderança em grupos de trabalho e pesquisa dentro da universidade. Isso não acontecia anos atrás. Todos querem conversar com eles sobre o Brasil e saber o que eles pensam sobre as coisas. Sem dúvida alguma, são alguns dos alunos mais notórios e bem relacionados que temos”, afirma.
As transformações dos alunos brasileiros no exterior foram observadas de perto pela Fundação Estudar – instituição criada em 1991 pelo trio de sócios da AB-Inbev, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, e que financia a formação de talentos do mundo dos negócios e do terceiro setor. Segundo a diretora da Fundação, Thais Junqueira Franco Xavier, os estudantes atuais são bem diferentes dos de gerações anteriores. “Houve uma geração de estudantes que iam para o exterior, estudavam e voltavam para o mercado financeiro, como a geração do Garantia, por exemplo. Eles estavam preocupados em crescer na carreira e ganhar dinheiro. Hoje, eles têm outras motivações”, afirma Thais.
Os alunos de hoje – envolvidos em comissões de negócios e liderando grupos de estudo – não apenas fazem bonito nos campi, como se empenham na ponte entre a experiência acadêmica e o setor corporativo nacional. Há casos, inclusive, de estudantes brasileiros que trazem delegações inteiras de alunos estrangeiros para visitar empresas do país, como a Natura, a Ambev e a Gerdau. O objetivo é conhecer a fundo os modelos de negócio criados por aqui, e que deram certo. “Hoje, os novos bolsistas que vão para fora pensam, acima de tudo, em melhorar o Brasil. E nunca houve uma geração tão talentosa e preparada com um objetivo assim”, afirma Thais.